Abraham Verghese, renomado infectologista e professor de Medicina em Stanford, leva-nos em uma emocionante jornada através dos grandes momentos da história médica neste vídeo.
Com uma crítica inteligente à era em que os médicos muitas vezes deixam de tocar seus pacientes, ele revela a evolução do exame físico ao longo do tempo. Nesse contexto, ele apresenta o iPacient, uma criação tecnológica que consiste em imagens de computador e dados objetivos, desenvolvida por médicos que tratam doenças, mas que falham em se conectar com as pessoas que as sofrem.
O médico, ao longo do tempo, perdeu parte do valor sagrado que sempre carregou consigo na evolução da sociedade. Talvez isso se deva ao fato de não estarmos atentos aos papéis cruciais que desempenhamos quando vestimos o jaleco branco. Com a pressa de quem tem uma infinidade de tarefas importantes, ouvimos segredos que nem mesmo seriam revelados ao melhor amigo. Tocamos de forma impessoal a pele daqueles que não possuem nada mais valioso do que seus próprios corpos. Por estarmos apressados, auscultamos o peito sobre as vestes e, talvez, tenhamos deixado passar uma ou outra reclamação enquanto estávamos ocupados anotando dados vitais. Enquanto isso, o paciente poderia estar clamando silenciosamente por um diagnóstico.
A vida é repleta de rituais, e eles são importantes, pois simbolizam a importância da reflexão em momentos de transição, quando algo está prestes a mudar. Receber um diagnóstico sempre muda a vida de um paciente. Cada franzir de sobrancelhas do médico é um calafrio para aquele que teme pela própria existência. Cada toque ou minuto de atenção é a utilização da ferramenta mais valiosa que o médico possui: as próprias mãos. Negligenciar o poder que elas possuem é recusar uma tecnologia de extrema utilidade clínica, que não possui custos nem efeitos adversos. É um toque que vale a pena ser dado.